quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Para viver a rotina de outro país na viagem, alugue uma casa

Partir para uns dias no exterior muitas vezes significa deixar de lado o conforto do lar. Nada de geladeira cheia, lavanderia disponível, sala grande para reunir a família. Hospedar-se em um hotel exige que o turista abra mão dessas facilidades em favor de outras pequenas regalias - não precisar arrumar o quarto é uma delas. Mas, para quem quer economizar e ainda viver a rotina de outro país por alguns dias, a dica é alugar uma casa, opção cada vez mais procurada pelos brasileiros. A chegada dos sites que ligam quem quer alugar um imóvel aos proprietários tem ajudado o mercado a se expandir. Os Estados Unidos são o destino preferido, com Miami e Orlando entre os mais procurados. Segundo o presidente do site brasileiro Alugue Temporada, Nicholas Spitzman, os turistas têm encontrado cada vez mais opções. "É possível alugar por uma semana ou um mês inteiro. O grande problemas do brasileiro era a cultura de sequer cogitar buscar um imóvel para aluguel. Ele não pensava nessa possibilidade, nem sabia como fazer isso. Agora ficou mais fácil", diz. A ideia é bastante simples: como um catálogo, os sites de aluguel por temporada apresentam ofertas em várias partes do mundo. Quem vai viajar pode pesquisar por preço ou infraestrutura, além de ter acesso a fotos e comentários de outros turistas. Se gostar, conversa com o dono. O papel do Alugue Temporada, nesse caso, é apenas auxiliar no contato inicial - o grupo não se responsabiliza por questões burocráticas, como pagamento e contratos. A organização, que faz parte do grupo HomeAway, tem mais de 700 mil imóveis espalhados pelo mundo inteiro. Entre as opções de pagamento definidas entre proprietário e locatário estão serviço de PayPal até cartão de crédito internacional. Há quem aceite receber dinheiro em espécie, logo no início da estadia. O grupo VivaReal também reúne ofertas em seu site. O CEO da empresa, Brian Requarth, explica que, antes, o aluguel de casas era mais comum para estadias acima de um ano. Hoje, o turista busca mais conforto. "É mais cômodo ter cozinha, sala, lavanderia. Funciona bem para famílias grandes, além de ficar mais barato", afirma. Requarth diz que se hospedar em um bom hotel por um prazo mais longo pode pesar no bolso, já que fica difícil encontrar diárias abaixo de 150 dólares - o que, no saldo final, sai caro. Turistas têm buscado viver a rotina do país escolhido Informando apenas o destino, o período e o número de pessoas é possível encontrar casas e apartamentos em mais de 34 mil cidades de 192 países. Essa é a proposta do Airbnb.com, que reúne opções desde um tradicional sobrado no interior da Toscana até um quarto com vista para a Torre Eiffel. Os preços variam: vão de básicos R$ 80 até diárias acima de R$ 1,5 mil. Todas as informações já estão traduzidas, e os preços são apresentados em reais. Para o CEO da VivaReal, essa gama de informações dá força ao consumidor. "As pessoas nunca haviam presenciado um mercado onde todos os imóveis estão disponíveis no mesmo lugar, o que ajuda a entender mais os preços e as ofertas. O turista fica mais exigente", diz.

Comprar pão para o café da manhã, lavar a roupa e conhecer a vizinhança também estão entre os motivos pelos quais brasileiros têm buscado ofertas de aluguel. "No Brasil, temos um instinto curioso, queremos saber o que o outro faz. Isso está mudando o mercado", diz. Segundo Ligia Mello, sócia planejadora da Hibou Monitoramento de Mercado e Consumo, muito mais do que uma simples viagem, tem aumentado a busca por experiências diferentes. Praticar inglês é uma delas, no caso de roteiros para os Estados Unidos. Quem fica uma semana continua se hospedando em hotéis. "Para mais tempo, o objetivo é reduzir custo e conhecer o dia a dia. Nos hotéis, já tem muita gente falando português, o que dificulta um pouco a inserção na cultura", destaca. Um apartamento para seis pessoas no bairro de Chelsea, na ilha de Manhattan, sai por US$ 3 mil para 15 dias. "Achar um hotel bom por esse valor é difícil até para quatro pessoas", diz Ligia. Na Europa, o sistema é um pouco diferente: é mais comum que os moradores dividam suas casas com os turistas, disponibilizando um quarto e permitindo que todo o restante da infraestrutura seja utilizada. Essa opção também pode ser encontrada nos sites de aluguel por temporada.

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